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Britney Spears cantou na música "Circus” que só existem dois tipos de pessoas no mundo:
As que entretem
E as que observam
Não pude deixar de pensar que existem momentos na nossa vida em que nos colocamos como espectadores e outros como protagonistas.
Nos tornamos espectadores quando parte de nós apenas coexiste em certas situações, seja por vontade, desinteresse ou falta de escolha.
Por outro lado, nos colocamos como protagonistas quando sentimos dentro de nós um êxtase inexplicável por viver tudo que aparece em nosso caminho. É se entreter com a vida e consigo mesmo sem muita cobrança.
Longe de querer te convencer ao longo dessa edição que você precisa sempre ser o protagonista, gostaria de te convidar para dentro da cabeça de um introvertido-extrovertido:
Esse sou eu, prazer. E como você pode ter percebido, aqui dentro às vezes fica assim bagunçado… E não fica em todo mundo?
O meu lado introvertido me faz observar, questionar as coisas mentalmente, sentir conforto em só estar aqui existindo.
O meu lado extrovertido me faz não ver ao redor, é como se eu ficasse hiper focado em criar momentos que vou gostar de lembrar, de rir alto até doer a barriga, de nÃO LiGAr demais para o que os outros vão falar.
O primeiro me coloca como observador da minha própria vida e, o segundo, me entretém como as melodias de uma playlist de R&B.
Honestamente…
Eu sou uma pessoa muito expressiva. E, por conta disso, não consigo fingir reação e quase sempre acabo deixando claro na minha cara o que não estou falando durante uma conversa.
Esse é o meu lado introvertido dando as caras com finesse.
É como se aquela voz desgraçada aqui dentro me fizesse entrar em transe, ao ponto me fazer falar coisas mais idiotas que o normal ou duvidar da minha capacidade de saber responder perguntas básicas, como "tudo bem” sem parecer absolutamente distante.
Agora, se eu converso com alguém mais próximo, a história muda.
Eu me transformo: me sinto leve, desapegado com tudo, despretensioso e ansioso por mais. É como se o meu corpo pedisse mais por serotonina e adrenalina de uma vez só.
Nada bate a convivência e a intimidade.
É o equilíbrio que eu enxergo entre se sentir o protagonista e o espectador da própria vida.
Espectador
Existem dias e ocasiões que prefiro me colocar como observador.
Acredito que perceber o ao redor sem expectativa deveria ser natural igual respirar. É a arte de perceber.
Observar abre os olhos pelas revelações, traz um conforto tímido por sermos quem está observando e dá frio na barriga de alguma forma, como se descobríssemos coisas que não devíamos.
Ver as coisas de fora parece que nos dá poderes mágicos, como se num estralar de dedos tudo estivesse do jeito que deveria estar: bem.
Protagonista
Mas também me sinto o protagonista. É o meu momento.
É como se nada e nem ninguém pudesse queimar essa energia.
Se colocar como protagonista vai além viver bons momentos, é também sobre evoluir e mudar com o que se viveu, tipo o que acontece com praticamente todos os personagens de filmes e séries. É arte imitando a vida ou a vida imitando a arte?
É não continuar sendo os mesmos mas não abandonando quem um dia fomos.
Me dei conta que escrevi essa semana sobre uma dicotomia. Lembro quando ouvi essa palavra em uma aula de português do ensino médio.
Dicotomia é a oposição entre dois conceitos, como noite e dia, bem e mal e, para amarrar as pontas dessa newsletter, entre ser protagonista e espectador.
Mesmo opostos, um não existe sem o outro.
📝 Entrelinhas
Não consegui escrever essa edição sem ficar toda hora lembrando do filme "O Show do Truman". Truman, personagem interpretado por Jim Carrey, tem sua vida observada e televisionada desde o momento de seu nascimento para o mundo todo ver, disponível 24h por dia. Ele era o protagonista para os outros, mas não para si mesmo. Tudo começa a mudar quando Truman passa a perceber as coisas ao seu redor para se dar conta do que estava acontecendo. Caso você nunca tenha assistido a esse filme, fica a recomendação.
Já que essa semana foi a Retrospectiva do Spotify, nada mais justo do que trazer a playlist de Mix R&B compilada pela plataforma com base no que escutei (esse ano foram mais de 62 mil minutos) nesses últimos tempos.
🫶🏽 Obrigado por ler a newsletter
Até daqui duas semanas! Um abraço forte, Carlos 💙